domingo, 30 de outubro de 2011

Tianguá


HISTÓRIA DA CIDADE
As terras pertencentes ao município de Tianguá foram inicialmente habitadas pelos índios Tabajaras.
A colonização ocorreu no século XVII, com a chegada de um fazendeiro vindo da então Vila Viçosa.
Quando o pai de Francisco Batista Leal (que era português), chegou ao porto de Camocim, no ano de 1786, com seus três filhos: Francisco, João e Antônio vieram residir na Vila Viçosa Real da América, onde exerceu a função de tabelião ou procurador de todas as terras da Serra da Ibiapaba. Por ordem do Governo Provincial do Pernambuco, tinha de saber o nome de todas as terras. Certo dia saiu de Viçosa á procura de um lugar por nome Chapadinha. Encontrando-o, notou que era totalmente desabitado com bastante água. Voltou para Viçosa e passou toda a terra para seu nome. Depois dividiu entre seus três filhos. Antonio Batista não gostou do lugar que a ele fora destinado e foi residir na cidade de Parnaíba deixando seus dois irmãos tomando conta das terras de Chapadinha.
O curato de Viçosa pertencia a Pernambuco e Francisco Batista Leal pediu autorização para construir uma capela na localidade de Chapadinha, o curato não autorizou alegando não dispor de terreno. Então Francisco Batista leal (conhecido como velho pai) resolveu doar o terreno para a construção da capela. Entre os anos de 1852 á 1883, a capelinha foi construída. Constava esta freguesia de 18 léguas e uma população de 6.482 habitantes. Francisco Batista Leal mandou buscar em Portugal, a imagem de Nossa Senhora Sant’Ana (com 69cm de altura), que era sua protetora. Com o passar dos tempos, a imagem foi substituída por outra de tamanho maior. Quando no
Ano de 1957 aqui aportou para  assumir a paróquia, um jovem padre, este então mandou demolir uma parede da igreja para reforma-la, sendo encontrado ali, pelo Sr. Raimundo Gurias (bisneto de Francisco Batista Leal), a santa que havia sido substituída pela maior. Contudo a imagem apresentava deformações.
O povoado havia recebido  nomes pela ordem de: Mocozal, Chapadinha e finalmente  Barrocão, que quer dizer lugar de muitos aclives, criado pela revolução provincial nº 1882, Em 1887. Em 09 de setembro de 1890, muda para vila de Tianguá, passou á invocação de Sant’Ana da Ibiapaba.
Distrito de Paz da Vila Viçosa Real do Ceará, sob a jurisdição de Pernambuco, em 31 de julho de 1890, pelo Decreto Nº 33; o município instalou-se em 12 de agosto de 1890 e recebeu a denominação de município de  Tianguá; por efeito do Decreto Estadual Nº 193, de 20 de maio de 1931, sendo novamente instalado a 04 de dezembro de 1933. Foi em fase do Decreto Nº 443, de 20 de dezembro de 1938, que a Vila foi elevada a condição de cidade, sendo seu fundador o Coronel Manoel Francisco de Aguiar. 
CARACTERÍSTICAS:
Uma cidade agradável, habitada por um povo simpático e hospitaleiro, que se alegra em compartilhar suas paisagens com os visitantes do mundo inteiro.
Clima:
Subtropical temperado.

Tocadores mantêm viva arte da rabeca

Instrumento de origem popular, a rabeca ainda é tocada por muitos músicos em Municípios do interior nordestino.
Baixio. A arte musical popular ainda resiste à força e aos modismos da indústria cultural. O Ceará conta com cerca de 100 tocadores de rabeca espalhados em 45 Municípios, no sertão e nas serras. A maioria acima de 60 anos de idade. Um exemplo vem desta cidade, localizada na região sudeste do Estado, divisa com a Paraíba, onde o barbeiro e músico, Francisco Cassiano Nazário, o Chico Barbeiro, mantém viva a tradição nordestina. Mas será que as novas gerações estão dispostas a continuar o ofício dos músicos já velhos e que quase não tocam mais para o público em suas cidades no Interior?

"Acredito que sim, a rabeca será preservada e terá continuidade com músicos jovens", prevê o professor e pesquisador, Gilmar de Carvalho, que no período de 2004 a 2006 realizou ampla pesquisa e visitou mais de uma centena de rabequeiros no Interior do Ceará. Já Chico Barbeiro prevê uma diminuição do ofício musical. "A sanfona ocupa mais espaço e eu penso que vai diminuir muito quando os rabequeiros atuais forem embora, mas acabar mesmo, não acaba não".


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Barbeiro e músico, o Chico Barbeiro, mantém viva a tradição nordestina. Em 2007, teve uma inspiração por meio de um sonho de fazer uma rabeca usando cano PVC
Conhecido na pequena cidade de Baixio, Chico Barbeiro, aos 67 anos, permanece tocando, animando festas juninas, festas sociais da terceira idade e eventos culturais no Município. O repertório é quase exclusivo do forró pé-de-serra de Luiz Gonzaga. Inclui-se o xote, baião e o arrasta-pé. "Aprendi a tocar de ouvido, nunca estudei e ninguém me ensinou nada", disse. "É o dom que Deus me deu e quando eu toco me sinto bem e feliz, porque gosto de música e me renovo mais cinco anos".

A rabeca somente passou a fazer parte da vida artística de Chico Barbeiro em meados da década de 1970, quando comprou uma usada de Manoel Vieira, de Umari, que ele conhecia desde menino.

"Por aqui só tinha ele que tocava rabeca. Era um mestre". O instrumento estava quebrado e Chico Barbeiro fez o conserto. Logo aprendeu a manipular o arco e definir a posição dos dedos nas cordas. Tornou-se um mestre rabequeiro.
Fonte: Diário do Nordeste